Narrativa 3 - Entrevista

Rompendo Limites

A escolha de alguém para ser entrevistado foi um pouco difícil para mim, visto que eu queria alguém desconhecido ou pouco íntimo meu, mas logo percebi que a falta de proximidade com o entrevistado seria um entrave, pois não me permitiria perguntar tudo o que gostaria saber. Por isso, eu escolhi a pessoa mais próxima e íntima da minha vida: minha mãe. Crismelia Pereira, 50 anos, dona de casa, sexta filha de sete irmãos e viúva. Comecei perguntando a ela como havia sido sua experiência com a leitura na escola e, segundo seu relato, ela não teve uma experiência positiva ao longo da sua vida escolar, pois a leitura era enfadonha e baseava-se apenas nos textos para a resolução das atividades. Além disso, ela não teve incentivo de sua família pela leitura e pelos estudos como um todo. Ela não percebia uma finalidade em estudar, pois era pobre e sua mãe sempre lhe dizia que mulher tinha era que casar. Devido a isso, ela estudou pouco, cursando até a sexta série do ensino fundamental e casou-se aos 17 anos. Ao questioná-la sobre o que ela achava a respeito da importância da leitura na vida de uma pessoa, ela afirmou que hoje, depois de tudo que viveu, ela percebe que tanto ler como estudar são essenciais na vida de uma pessoa, pois dessa forma nós nos informamos, aprendemos e assim podemos construir nossas próprias opiniões e que uma mulher pode ser muito mais do que esposa e mãe. E esse foi um momento muito peculiar da entrevista e de toda a minha vivência com minha mãe, visto que me permitiu ver facetas dela até então desconhecidas por mim: a sua timidez expressada num sorriso amarelo ao relatar essas experiências, bem como sua lucidez e convicção de suas ideias sobre o que uma mulher pode ou não ser capaz de fazer.








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